Meio ambiente: e eu com isso? A vaca foi “pro” brejo.

 

“A vaca foi pro brejo”: Uma analogia com consequências ecológicas!

Essa expressão popular, relacionada à falência de empresas, pode parecer simples em sua analogia, mas as consequências são drásticas para o brejo em questão.

A imagem da vaca ir beber água e atolar em áreas úmidas, como brejos, serve como metáfora para uma empresa mal administrada que afunda e chega à falência.

Entretanto, o que muitos não consideram é a gravidade dessa analogia para os ecossistemas de brejos e pântanos, condenando-os.

Esses habitats úmidos desempenham diversas e importantes funções ecológicas. Os brejos são verdadeiros refúgios de biodiversidade, proporcionando condições ideais, para uma ampla variedade de plantas, animais e microrganismos. Além disso, eles desempenham um papel global crucial na estabilidade do clima, influenciando padrões de chuva e atuando como reguladores naturais do ciclo hidrológico.

As funções ecossistêmicas dos brejos incluem a manutenção da quantidade e qualidade da água, a prevenção de enchentes, a retenção de material em suspensão trazido pelas águas da chuva, a filtração e purificação da água, e até mesmo a remoção de poluentes. Esses ecossistemas também armazenam e liberam água ao longo do tempo, prevenindo inundações durante chuvas intensas e mantendo um fluxo constante durante períodos secos.

Além disso, estudos recentes destacam seu papel na captura e armazenamento do carbono atmosférico, contribuindo para a mitigação das mudanças climáticas.

No entanto, devido ao desconhecimento ou à internalização do conceito popular, muitos brejos têm sido drenados para uso agrícola ou urbano, resultando na perda irreparável de habitat e serviços ecossistêmicos vitais.

Ainda bem que a crescente conscientização sobre a importância desses ecossistemas tem levado ao surgimento de projetos de recuperação, destacando que é mais econômico e benéfico preservar e restaurar os brejos, do que perder os seus valiosos serviços.

Quando compreendemos o papel fundamental de cada planta e animal na natureza, damos passos significativos para tornar nosso Planeta-Terra mais habitável e garantir nossa própria sobrevivência.

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Abraços, Prof. Geraldo Eysink (Colunista da Bahia Recon).