Romaria dos operários da Fábrica Suerdieck de 1970.

 A Suerdieck começou em Maragogipe como barracão de escolha de fumo e somente alguns anos depois passou a produzir charutos tendo evoluído para se tornar a maior empresa do ramo no nordeste brasileiro, com filiais em vários estados e até na Europa

Desde a sua criação que a Suerdieck instituiu o sistema de pagamento semanal aos seus empregados. Então, no momento em que começaram as dificuldades financeiras do grupo a partir dos anos 60 e que evoluíram e nos anos 70 já haviam se transformado em um grande problema toda a economia local, sofreu os efeitos da crise. No início dos  anos 70, a situação se tornou gravíssima e a Suerdieck chegou a ficar quatorze semanas sem pagar os salários dos trabalhadores. Essa situação gerou uma crise sem precedentes na economia de Maragogipe e consequentemente em toda região.

Em meio à crise que se abateu sobre a Suerdieck, os trabalhadores foram os maiores baluartes para o soerguimento da mesma, uma vez que mesmo sem receber os seus salários por período tão longo, continuaram trabalhando sustentados na esperança de um dia receber, como de fato ocorreu.

Mas, uma coisa chamou a atenção da imprensa da época. Apelando para a fé do povo maragogipano, o Pe. Florisvaldo organizou uma romaria para implorar a proteção do Padroeiro São Bartolomeu para que a cidade saísse daquela situação. Exatamente no dia 11 de junho de 1970, a cidade se movimentou e uma enorme procissão saiu da matriz com destino à capela do Cruzeiro.

A histórica manifestação religiosa foi um espetáculo de rara beleza e demonstração de fé que jamais se repetiu em Maragogipe, demonstrando a confiança dos moradores em seu Protetor. Portando, lamparinas com velas acessas, a procissão subiu a ladeira do Cruzeiro e os que ficaram no adro da Matriz puderam sentir a vibração daquelas “almas reunidas“ implorando ao seu Padroeiro solução para tão grave situação. Certo é que, por muitos dias não se falou em outro evento a não ser o espetáculo daquela noite memorável. Pois bem: passados alguns dias como ocorre sempre nesses casos, como um passe de mágica, chega a notícia de que o Governo Federal havia concedido um empréstimo à Suerdieck, capaz de saldar seus compromissos, incluindo os salários atrasados dos operários. Hoje, passados tantos anos, perguntamos: A fé tem ou não tem força? Responda aí para meu melhor entendimento:foi milagre?

Abílio Ubiratan (heterônimo).


Por Prof. Bibito, colunista deste Blog.



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